sábado, 11 de dezembro de 2010

Diálogo x Discussão

Existe uita diferença entre diálogo e discussão. O Diálogo tem sua origem no grego dialogos. Dia: significa "através" e logos significa palavras (e não "dois"). Um diálogo pode ser mantido com qualquer quantidade de pessoas, posso mantê-lo inclusive sozinho. "Através da palavra" pode ser interpretado como "através do significado da palavra", ou seja, vamos formando um "fluxo de significados" que flui através de nós. Onde há um diálogo, existe um fluxo de significados, surgem novas compreensões através das palavras.

No diálogo não se tenta vencer, pois se um ganha todos ganham. Não preciso tentar fazer prevalecer minha visão individual. Quando alguém verifica que há um erro, todos ganham com a descoberta. Não é uma disputa ou uma competição, é mais como um jogo colaborativo. No diálogo todos vencem sempre, é o mais puro "ganha-ganha". A Discussão é diferente de diálogo. A palavra "discussão" tem a mesma raiz que "percussão" e "concussão" que significa quebrar ou fragmentar. Um certo assunto é fragmentado, estilhaçado, analisado e cada participante apresenta o seu ponto de vista que difere do outro. Meu objetivo na discussão é defender meu ponto de vista, como se estivesse somando pontos num jogo com o objetivo de ganhá-lo. Aproveito a idéia dos outros somente para basear as minhas. Também normalmente em discussões há certos assuntos intocáveis, indiscutíveis, e não se pode discutir assuntos indiscutíveis.
Temos que evitar a confusão, pois muito do que se chama de diálogo é na verdade uma discussão. No diálogo ninguém necessita abrir mão de alguma coisa para obter outra. Estes trade-offs, muito comuns em negociações políticas, não fazem parte do diálogo.

Precisamos nos comunicar - construir significados juntos - mas cada um de nós tem pressupostos e opiniões diferentes e, sob uma maior ou menor carga emocional, tendemos a defende-los. Temos pressupostos sobre tudo, mesmo sobre aqueles assuntos que não dominamos e sobre como o outro deve agir em qualquer situação.
Os pressupostos são gerados não somente pelo conteúdo de nossos pensamentos, mas pelo próprio processo que gerou este pensamento. Nossas opiniões são fruto de nossos pressupostos que foram gerados pelo que experienciamos ou escutamos de outras pessoas no passado. Quando nossas opiniões são questionadas, reagimos como se nós estivéssemos sendo atacados e não elas.
Por que nos identificamos com informações gravadas em nossa memória, escutadas de outros no passado?
Precisamos de uma ferramenta que nos auxilie a ver o pensamento como um processo e a visitar este processo alterando o modo como ele acontece. Isso parece ser mais eficaz quando feito de forma coletiva.
Quando colocamos a atenção nos processos do pensamento e não somente nos conteúdos, começamos a enxergar o que antes não víamos e, só assim, podemos começar a modificar estes processos.
Pense nas inúmeras vantagens de utilizarmos com constância, de forma sistematizada, o diálogo como uma ferramenta em nossas empresas. Melhores idéias, envolvimento, melhoria da comunicação, compartilhamento de significado, retenção de clientes e de talentos. Verifique se seus processos de pensamento permitem.

Um comentário:

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Belo post, mas hoje vamos falar de Natal. Neste Natal vamos multiplicar amor.
Que sejamos portadores de paz.
Que possamos dar afagos, carinho, bálsamos de alívio, força e luz a todos aqueles que necessitam.
Que possamos germinar o amor entre as pessoas, fazendo-os fortes em meio à tempestade.
Neste Natal e em todos os dias de nossas vidas, desejo que a Paz e a Harmonia encontrem moradia em todos os corações. E que o Natal seja mais um momento em que as pessoas acreditem que vale a pena viver um Ano Novo.
Feliz Natal, Feliz 2011.
Grande abraço.